quinta-feira, 18 de março de 2010

Processos erosivos no espaço-tempo: definições

Os processos erosivos têm uma escala temporal para suas ações, indo de milhares de anos quando relacionados aos fatores de evolução do relevo, ou décadas e anos quando são relacionados ao esgotamento do solo que vai perdendo seus elementos. Podemos também citar o homem como um grande influenciador e até sendo considerado agente erosivo.

Horton e Ellinson, com seus trabalhos, apresentaram os processos erosivos, estes relacionados a uma erosão hídrica e parte superior das vertentes. Então esta erosão pode ser por salpicamento, quando as gotas das chuvas entram em contato com o solo, pode ser laminar, quando há erosão pelos transportes de sedimentos e ação dos fluxos em lençol, ou processos erosivos em ravinas, onde os fluxos concentrados erodem e transportam os sedimentos. Mas também, a degradação ou evolução dos solos, segundo Dunne e Burt e Cabtree e Fielder, podem ser no interior do solo, ou subsuperficiais.

Em encostas, a erosão se dá por processos de destacamento e transporte de sedimentos. O destacamento trata do saltamento das gotas de chuva no solo que arremessa as partículas e varia de acordo com a resistência deste solo e a presença da cobertura vegetal, esta retém parte das chuvas e evita o salpicamento das gotas já que absorve o impacto. Este processo é maior quando há intensa declividade e depende da quantidade de chuva e diâmetro das gotas. Segundo Ellinson, a quantidade de chuva pode movimentar mais ou menos sedimentos.

Segundo Lall, o ato do solo secar e receber chuvas em pouco intervalo de tempo, sem uma devida cobertura orgânica, faz com que se crie uma crosta impedindo a infiltração da água, deteriorando sua estrutura e resistência. Embora esta erosão ocorra antes da formação da crosta pelo destacamento e transportes dos sedimentos, pesquisadores definem como importante na evolução dos processos erosivos, principalmente porque impermeabiliza a parte superior do solo formando fluxos superficiais.

A formação da crosta vai depender da quantidade de argila presente no solo onde provoca uma cimentação, ou da selagem, processo onde o solo tem seus poros entupidos pelas partículas destacadas. O processo de selagem está ligado à fase em que o solo recebe intensa irrigação ou quantidade de chuva, enquanto que a crosta refere-se ao processo de ressecamento do solo.
A agricultura é responsável por altas taxas de erosão, principalmente pelo curto espaço de tempo em que há o cultivo, uma escala anual. O solo fica exposto, sem cobertura vegetal, por muito tempo até seguir as etapas de plantação. Coincidem também, os períodos chuvosos que são muitos no Brasil e intensificam o processo no solo exposto.

A erosão no lençol diz respeito à água infiltrada no solo, onde há um escoamento superficial quando a capacidade de das precipitações é maior que o de infiltração. A erosão é definida pelo volume de água e pelo efeito abrasivo das partículas carregadas na superfície. Mas a infiltração vai depender do solo, sua estrutura, tamanho, espessura, profundidade. Em áreas agrícolas, o solo tende a ser mais compactado, então a infiltração é menor. Mas as taxas variam de acordo com o tipo de plantação e de solo.

A erosão em ravinas trata de rupturas no solo, sulcos, em declive, e ocorre onde há solos expostos, sem a cobertura vegetal. O escoamento da água dá-se em forma de fileiras e vai ocorrer de acordo com a extensão da encosta, já que aumenta com a declividade tornando a água mais veloz e erodindo carregando os sedimentos.

A voçoroca envolve a ação de águas superficiais e subterrâneas, mas é a superficial que responde pela proporção da voçoroca, fluxos de linhas ou faixas bem extensas nas paredes de um terreno, tipo de ravinamento, mas se diferenciando pela extensão. Geralmente surgem após cortes na estrada, onde há exposição do solo e áreas onde há mineração, bem extensas, e também, abaixo das estradas pelo despejamento de água da chuva. Podem ocorrer após deslizamentos de terra após um corte em um terreno para abertura de uma estrada e pelos fluxos de água em dutos nos interior do solo com poucos milímetros. Esses dutos se desenvolvem entre camadas do solo, onde há permeabilidades diferentes. Se atingirem grandes proporções, podem provocar afundamento do solo e por conseqüência, a voçoroca. Isto ocorre com mais intensidade em solos do Paraná e solos formados sobre arenitos, visto que estes oferecem pouca resistência.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A.P. Faria. Os processos erosivos e as suas variações nas escalas temporal e espacial: revisão e análise. Rio de Janeiro: IBGE, Ver. Brasil, 1996, p. 37 a 54.

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