Cada vez mais países se reunem para discutir as mudanças climáticas. Verdadeiros desastres são pregados pelos relatórios do IPCC, aquecimento global, derretimento de geleiras, aumento nos níveis dos oceanos. Mas o que há de fato por trás desse levante? Qual a parcela de culpa dos países ditos desenvolvidos e dos subdesenvolvidos, ou do Norte e do Sul como preferem muitos?
O que se sabe é que o mundo já foi muito mais quente do que é hoje e também muito mais frio e essas mudanças não apenas foram em função de mais ou menos carbono lançado na atmosfera, mas também em função de variações no posicionamento dos continentes ocasionado pela deriva continental, a dança dos continentes pregada por Wegener. Basta olharmos as projeções das terras emersas para vermos que o Brasil, há 300 milhões de anos, passara por glaciação, fato esse provado pelo trabalho de erosão glacial presentes nos varvitos de Itu, em São Paulo.
A história da Terra vem acompanhada dos fenômenos climáticos já conhecidos, efeito estufa e chuva ácida, não são fatos recentes e nem foi a ação humana responsável. A paisagem inicial, de bilhões de anos, já sugeria uma Terra tomada pelos poluentes emitidos pelos vulcões, calor e, posteriormente, a chuva de milhões de anos que limpou a atmosfera e estocou nos mares e oceanos milhões de toneladas de carbono.
Por trás do grande marketing do aquecimento global há interesses econômicos e financeiros, e sob meu ponto de vista, o principal deles é frear a emergência de países subdesenvolvidos no cenário mundial. Tal prática pode ser vista nos textos onde apontam como grande perturbadores do meio ambiente países pobres, pois têm o desenvolvimento baseado no uso dos seus recursos naturais e poluição do meio, assim como aconteceu na Europa, grande destruidora de suas florestas no passado. Tal fato é tão verdade que o próprio Estados Unidos das Américas se recusam a compartilharem das reduções nas emissões globais, pois isso frearia a economia do país, um dos mais industrializados do mundo.
O fato é que o grande problema vivenciado não é o aquecimento global, e sim, a escassez de recursos naturais como a água, e principalmente recursos não-renováveis, retirados da natureza sem chances de reposição, como o petróleo, daí o montante de pesquisas empenhadas em descobrir substitutos, não porque é um poluente, pois se fosse isso o Brasil jamais iria buscar petróleo nas profundezas, na camada pré-sal, mas porque o recurso tem prazo. A velha teoria Malthusiana vem a tona e confirma que no ritmo de crescimento e uso dos recursos que o mundo, ou parte dele alcançou, somente nossa Terra seria pouco para garantir a sobrevivência.
Só há redução se há um freio na produção, pois mesmo que haja trocas que facilitem uma produção mais limpa, pesquisas e investimentos, tecnologias, o excesso de produção demanda o uso de muitos recursos naturais, sendo assim ainda vai haver uma destruição do meio natural em busca desses recursos, um ciclo vicioso, o meio ambiente é preservado de um lado, mas têm os seus recursos saqueados do outro e os grandes saqueadores desses recursos são os países desenvolvidos, pois dependem das exportações mundiais de minérios, entre outros produtos primários provenientes dos países em desenvolvimento, daí a ideia da República das Bananas, como são conhecidos os países da América Central, por serem grandes exportadores de produtos primários, o Brasil não escapa a essa ótica já que é um grande exportador de minérios.
Esse saque e uso de recursos vem acompanhado pela destruição do meio ambiente, florestas, águas, rios, solos. A produção mundial de primários requer intenso uso do solo e da água para irrigação e o destino final dessa produção é o trio EUA-Europa-Ásia (China). Os países em desenvolvimento além de pouco ganharem com as exportações primárias onde não há empenho nenhum em tecnologia, pois se houvesse a venda seria mais cara, contribuem para a poluição de seus recursos naturais.
O Brasil é um dos maiores exemplos de poluição e desgastes dos recursos em detrimento dos países ricos, pois destrói seus solos e utiliza suas águas na plantação de soja, por exemplo, que será exportada para a China, um dos maiores produtores do mundo de carne bovina cuja alimentação do seu gado é feita com a soja brasileira. De quebra, essa dependência de vendas em relação ao mercado externo cria um grande monopólio de terras por aqui, muitos hectares nas mãos de poucos e que dizem respeito aos latifúndios, a produção mecanizada e monocultora, seja para a produção de soja, seja para a produção da cana, um dos maiores empecilhos, hoje, para que tenhamos uma distribuição de terras justa, uma reforma agrária.
O trabalho de erosão glacial evidenciado nos varvitos no Parque do Varvito em Itu-SP
Atividades que mais demandam água no planeta
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